Pelos cantos da cidade, onde ainda se tenta vender todas as manhãs o folheto havia as sobras do costume, mas também um cheirete a tinta fresca de gráfica, vindo de um encarte de propaganda politica, jogado no meio do chão, onde se destacava o roubo do título da uma velha canção de Tony de Matos.
"Lado Lado" era assim que se chamava o hino à dor de corno, gravado no final dos anos 50 ou porventura em plenos 60 do século passado.
Mas porque raio, perguntavam aos transeuntes, este fulano "governa pouco e muito mal" Barreto havia de dar mais uns milhares dos nossos dinheiros a uma porcaria que ninguém lê nem conteúdo de jeito tem, ou como dizia um conhecido empresário da praça; "vejo a vida a andar para traz todos os dias e há gente no governo que nada produz de jeito e anda a comprar informação amiga com o dinheiro do povo"
Não se sabe o que levou a esta repentina cópia dos métodos socialistas, por uma secretaria tutelada pelo partido do Chicão, ainda por cima de utilidade questionável.
Terá o cliente do encarte ou a suas assesorias lido a letra ou ouvido a canção Lado a Lado, em particular na parte em que se diz; "Não sei qual é de nós mais desgraçado" e mais adiante quando se pergunta " O que foi que passou entre nós ...que nos separou". Ou ainda; "Por que foi que os meus ideais morrerem assim, dentro de mim".
Será que o tom dor de corno do Lado a Lado foi a fonte de inspiração do suplemento?
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